sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Algumas palavras sobre a escola e as aventuras da Helena

                Parando para falar um pouco sobre a escola e como tem sido as aventuras da Helena.

            A escola chama-se Grange Primary School, ela está no Year 5, equivalente ao 4º. Ano no Brasil, mas é muito diferente, das 8h45 às 15h20, as crianças sentam-se em grupos na sala de aula. Ainda não tenho muito o que dizer, apenas pelo que a Helena me conta e que percebo em sua fala e em seu material. Ela tem aulas de Educação Física, Arte, Música e Espanhol com professores diferentes do polivalente. Matemática ela também muda de sala, poderia continuar na mesma, mas ela gosta mais da outra professora. Com o professor de sua sala, Mr. Sagar, ela tem aulas de Literacy e outras coisas, não sei ao certo, como ela ainda não entende tudo o que ele fala, fica meio perdida, mas percebo que há uma ênfase enorme em leitura e compreensão do texto/livro. Tem uma disciplina que é D.T., Design and Technology, ela está aprendendo a construir uma máquina simples, parece aula de mecânica.
                História e Geografia é junto, chama-se Humanities, estão aprendendo sobre a Inglaterra Vitoriana, mas pelo que eu entendi, estão comparando os tempos, como era naquela época, como é hoje, achei interessante.
Lição de casa só na sexta-feira, para entregar na quarta da semana seguinte, achei interessante que a de matemática era fácil, contas simples e problemas, mas a proposta era fazer os cálculos mentalmente, ao final o próprio aluno avaliava com sim, não ou mais ou menos se ele havia conseguido. Bem, são muitas novidades, eu vou contando melhor com o passar do tempo. Também tem um livro da biblioteca para ler em casa, diariamente, e eu devo acompanhar a leitura e fazer anotações de seu desempenho num caderno.
Hoje também teve a primeira reunião de pais na escola, igual no Brasil, o professor se apresenta e apresenta o que vai trabalhar com os alunos, os passeios que farão... Mas, o que me deixou mais feliz, foi ver que ela fez amizades, que as meninas vieram se despedir dela, pois a reunião foi no final do dia, com beijinhos...
                Aliás, falando sobre o cotidiano da Helena, esta semana ela foi sozinha para a aula de balé, uma caminhada de uns 15 minutos. No Brasil ela nunca tinha ido tão longe sozinha, atravessando ruas etc. Dei todas as recomendações, revisamos mentalmente o caminho, ela levou o celular e a deixei ir. Depois, perguntando a ela como foi, se ficou assustada, animada, ou o que, ela disse:

Foi normal, fiquei contando pontos: sai de casa e fui caminhando sem olhar para trás, 20 pontos, passava pelas pessoas, 10 pontos cada, por cachorros, 100 pontos cada, teve um cachorro que me assustei, então me dei 25 pontos só, e assim foi...



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Visitando o British Museum



         Sábado, sete de setembro, dia da Independência do Brasil e indo pela primeira vez ao British Museum. Coincidência? Inconsciente?

           Indo no metrô me lembrei que, ano passado, bem nessa época, o trabalho educativo do Museu Paulista, Ipiranga, São Paulo, estava a todo vapor, criando e concebendo atividades para acontecer ao lado de fora do museu (e, acompanhando a página do museu no facebook, vi que esse ano foi igual), por causa das filas enormes e do grande público que visita o parque da Independência nesse dia.

          Igualmente, é curioso ir hoje, pela primeira vez, num dos museus europeus criados pelo colonizador para ostentar as riquezas de suas conquistas e o processo civilizatório.

           E tudo isso está no British Museum, museu enorme, não consegui ver tudo no dia que passei lá obviamente.

             Também me lembrei do comentário de uma amiga e ex-aluna ao ver as fotos que tenho postado no facebook: “mas só tem lugar bonito aí, fotografa alguma coisa feia”. Se foi ou não a intenção dela, o fato é que esse comentário me provocou, no sentido positivo; estaria eu com o olhar do colonizador? Pois se mudar o prisma, o bonito fica feio, quero dizer, olhando parte do acervo do British Museum, pensando que ele foi constituído a partir de um processo de dominação, e que toda dominação é por si só violenta, o bonito pode ser feio se visto com o olhar do colonizado. Seria esse o caminho para se passar do maravilhamento à reflexão?

domingo, 8 de setembro de 2013

Pais e mães ingleses, muito interessante...

            Já havia notado a presença de pais nos parques com seus filhos no período das férias, mas até então não havia parado para pensar nisso...
           Então, na Tate Modern notei que em ambos os banheiros, femininos e masculinos, havia aquela placa sinalizando a existência do trocador. Adorei, nunca tinha visto isso no Brasil, normalmente o trocador fica no banheiro feminino. Comentei com minha amiga que mora aqui há anos e tem um filho de 4 anos. Ela me disse que aqui é muito comum pais que pedem licença do emprego para cuidar dos filhos e são as mulheres que trabalham. O que fez muito sentido, pois, diferente do Brasil, é muito difícil e caro cuidar dos filhos, até 3 anos não tem escola pública, depois dos 3 aos 4, eles ficam na escola - nursery - por apenas 3 horas. No ano em que a criança faz 5 anos ela entra na escola integral, mas o integral é das 8h30 às 15h30, sendo que só podem ir e voltar da escola sozinhas depois que tem 11 anos. Pagar escola particular ou alguém para cuidar é muuuuito caro, cobra-se por hora. Quem consegue trabalhar?
          Daí imaginei que para um casal com filhos, se o salário da mulher é maior, vale a pena o pai se afastar do trabalho, não é óbvio?

          E hoje presenciei algo que admirei muito, bem que o Brasil poderia copiar, vestiário familiar numa academia! Assim, podem entrar pais ou mães com seus filhos, algo inimaginável no Brasil, onde os meninos entram com as mães no vesti´rio feminino, mas e quando são meninas e vão com os pais?
          Pelo que soube, isso foi conseguido aqui, fruto de uma luta de um escritor que é gay e adotou 5 filhos, dentre os quais duas são meninas.
          No vestiário tem cabines fechadas para trocar de roupa, tomar banho etc., mas não se define a entrada pelo gênero, muito bom!!!