quinta-feira, 31 de julho de 2014

Memórias táteis / Tactile memories


A uma semana do retorno ao Brasil resolvi trazer algumas memórias desse ano numa série de textos sobre o cinco sentidos, ou seja, o que os meus sentidos se lembram desse tempo, assim, sem pensar muito, na ordem das lembranças sensoriais que, no meu caso, não estão cronologicamente organizadas...
 
Toquei as paredes da Catedral de Santiago de Compostela, e as ruínas de Herculano e Pompeia. Com os pés descalços senti as areias de praias do lado leste do Atlântico, do Canal da Mancha e do Mediterrâneo, bem como ventos e brisas, não só dessas praias, mas de muitos outros lugares. Também senti a grama sob meus pés nos parques londrinos. Senti frio, muito frio no inverno, mas calor no verão.

Toquei alguns objetos históricos do Museum of London, calma, não toquei nas obras, e sim em objetos utilizados nas atividades educativas que pude observar.

Também pude tocar em todas as possibilidades táteis dos museus que visitei.

Toquei novos amigos, não como no Brasil obviamente, mas pude cumprimentar com apertos de mãos e, alguns, até abraços singelos.

Abraços, muitos na minha filha, minha melhor amiga nesse tempo de saudades dos amigos, enxuguei suas lágrimas algumas vezes também, bem como senti suas mãos no meu rosto quando precisei chorar.

Toquei o teclado do meu computador todos os dias para trabalhar e/ou sentir a presença dos amigos distantes.

Folheei muitos livros na British Library, toquei muitas pints de cerveja, que aqui não são assim tão geladas...
Segurei a câmera fotográfica como nunca e se fosse resumir minha experiência tátil numa imagem... ai que difícil, podem ser duas? 



Translate:

One week from my returning to Brazil I decided to bring some memories of that year in a few texts about the five senses, or what my senses remember that time, so without thinking too much, in order of sensory memories, in my case, they are not organized chronologically ...

Touch
I touched the walls of the Cathedral of Santiago de Compostela, and the ruins of Herculaneum and Pompeii. With my barefeet I felt the sands of beaches on the east side of the Atlantic, the Channel and the Mediterranean, as well as winds and breezes, not only of these beaches, but many other places. I also felt the grass under my feet in London's parks. I felt cold, very cold in winter, but summer heat.
I touched in some historical objects from Museum of London, keep calm, I did not touch the heritage, but in objects used in educational activities that I observed.
Also I could touch all the tactile possibilities of the museums I have visited.
I touched new friends, obviously not as in Brazil, but I could greet with handshakes and some, even simple ones hugs.
Hugs, many in my daughter, my best friend this time of miss the friends, wiped her tears a few times too, and I felt his hands on my face when I needed to cry.
I touched the keyboard of my computer every day for work and/or to can feel the presence of my distant friends.
I flipped through many books in the British Library, touched many pints of beer, which are not so cold here ...
I held the camera as never before and if it were to summarize my tactile experience in an image... it’s so difficult, could be two?