quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Meu primeiro encontro com a Arte ou O Estímulo

Ao pensar no meu primeiro encontro com a Arte preciso pensar no plural, não foi um único momento, mas um conjunto de ações de minha mãe, que desde sempre, me levava ao teatro, ao cinema, me matriculou no curso de piano, contava estórias e me presenteava com livros.
Lembro-me do primeiro filme visto no cinema: Branca de Neve, ela já havia me contado essa estória, eu tinha em um livro dos Irmãos Grimm, e vendo o filme, ainda criança, reparei que o tal do Walt Disney cortara pedaços do conto. Eu preferia a estória do livro que, ainda sem saber ler, acompanhava atentamente a narração pelas ilustrações, e assim que aprendi a ler, o fiz para ter certeza que o longa-metragem omitia fatos.
O piano é um caso a parte, algo que ela sempre sonhou para ela, e isso tem seus pontos negativos também, porém, hoje vejo com carinho. Aprendi a ler partituras antes mesmo de aprender a ler, recordo, e ainda tenho em casa, meu primeiro livro no qual as notas musicais eram figuras no pentagrama, da seguinte forma: dó, um dedo machucado (dodói), ré, um relógio, mi, um gatinho (miau), fá, uma faca, sol, um sol (obviamente, mas radiante), lá, uma laranja e si, um sino. Nunca vou me esquecer.
Na arte de contar histórias minha mãe era mestra, e acho que herdei isso dela!
Desenhar e colorir sempre foi muito bom, mas pintar figuras mimeografadas desde a pré-escola não me fez muito bem. A verdade é que não tenho muitas habilidades manuais. Mas a minha mãe... Ah, ela tinha, pra tudo, pra costurar, tricotar, enfeitar pratos, principalmente no almoço de domingo.
Quando tinha uns 5 ou 6 anos, a vi mexendo em uma caixa sua que ficava no guarda-roupa, Eram desenhos que ela me confessou ter feito e estudado quando jovem. Eu os elogiei e disse, com um tom bastante crítico de uma criança, que eram difíceis de fazer.
Alguns dias depois ela voltou a estudar desenho e pintura num desses cursos livres e, o que sempre me chamou a atenção era a dedicação que tinha ao executar seus trabalhos.
Minha mãe se foi cedo e, quando penso no meu trabalho e nas minhas atitudes, sei que têm muito dos encontros com a Arte que ela me proporcionou, ainda que num período de 14 anos.

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