Sábado, sete de setembro, dia da Independência do
Brasil e indo pela primeira vez ao British Museum. Coincidência? Inconsciente?
Indo
no metrô me lembrei que, ano passado, bem nessa época, o trabalho educativo do
Museu Paulista, Ipiranga, São Paulo, estava a todo vapor, criando e concebendo atividades para
acontecer ao lado de fora do museu (e, acompanhando a página do museu no
facebook, vi que esse ano foi igual), por causa das filas enormes e do grande público
que visita o parque da Independência nesse dia.
Igualmente,
é curioso ir hoje, pela primeira vez, num dos museus europeus criados pelo
colonizador para ostentar as riquezas de suas conquistas e o processo civilizatório.
E
tudo isso está no British Museum, museu enorme, não consegui ver tudo no dia
que passei lá obviamente.
Também
me lembrei do comentário de uma amiga e ex-aluna ao ver as fotos que tenho
postado no facebook: “mas só tem lugar bonito aí, fotografa alguma coisa feia”.
Se foi ou não a intenção dela, o fato é que esse comentário me provocou, no
sentido positivo; estaria eu com o olhar do colonizador? Pois se mudar o
prisma, o bonito fica feio, quero dizer, olhando parte do acervo do British
Museum, pensando que ele foi constituído a partir de um processo de dominação,
e que toda dominação é por si só violenta, o bonito pode ser feio se visto com o olhar do colonizado. Seria esse o caminho para se passar do
maravilhamento à reflexão?
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