terça-feira, 18 de novembro de 2008

Os deuses criaram a mulher e o macaco...

Hoje, dia 18/11/2008, absolutamente do nada, a Helena me pergunta: como que apareceram as pessoas no mundo?
Eu: Ahn? como assim?
Helena: É, porque antes não tinha pessoas.
Eu: Quem te falou isso?
H: Ninguém. Mas é isso não é?
Eu: Como você sabe?
H: Não sei, só sei que eu sei.
Eu: Bom, você pode pensar nisso de muitas formas: pode acreditar que foi Deus que criou o homem, ou os deuses, ou que as pessoas viviam no céu e desceram para a terra (lembrei de um mito dos índios Kaiapó), além disso, alguns cientistas dizem que há muito, muito tempo atrás tinha um macaquinho que foi se transformando, alguns viraram o macaco como a gente conhece hoje e outros se transformaram no homem, e na mulher.
H: Mas como o macaco se transformou?

Eu pergunto a você leitor, como você explicaria a teoria darwinista para uma criança de 4 anos???
Então eu disse que era muito complicado para ela entender isso ainda, que quando ela crescesse ela iria estudar o assunto e entender melhor, eu mesma fui entender com meus 20 e poucos anos.
De forma que, para encerrar o assunto, ela disse: Tá, tá, para tudo, já sei, os deuses criaram a mulher e o macaco criou o homem.

Isso, definitivamente, deve querer dizer alguma coisa.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

As fases...

Eu sei, eu sei: H
E de Es...
Eu sei mãããiiie: E... e agora?
L de Luna.
L. E, de novo?
É.
E agora?
N, aquele que parece M de mamãe.
Ah! N
A de amor.








Preciso dizer mais alguma coisa?
Como disse minha amiga Marília, mãe de Bia de 6 anos: "dá vontade de tatuar, né?"


sexta-feira, 4 de julho de 2008

PALAVRAS...

Às vezes faço uma brincadeira com a Helena de pegar o dicionário e ela fala qualquer palavra e eu leio o significado para ela. Fiz isso uma vez e ela gostou, agora ela mesma pega o dicionário e me pede para brincar.
Ontem, nós estávamos brincando assim e algo me trouxe uma lembrança, a de quando eu estava aprendendo a escrever e minha mãe me ensinou a usar o dicionário.
Nós tínhamos em casa uma enciclopédia, a Baden, e minha mãe me mostrou que a palavra no canto superior esquerdo era a primeira da página e a do canto superior direito, a última palavra da página, então era fácil seguir a ordem alfabética. Minha mãe me ensinou isto quando eu tinha dúvidas sobre significados de palavras que eu ouvia na televisão, que eu lia nos livros, que eu encontrava no meio da lição de casa...
E, pensando na brincadeira que eu faço com minha filha e nestas lembranças, me ocorreu uma ciranda de palavras.
Palavras, os seus significados podem dizer tanta coisa ou não dependendo de quem lê ou ouve. Se a Helena me pede para ler "carro", veículo para transportar pessoas ou carga é compreensível, embora a pergunta "o que é carga" seja inevitável, vagão de trem, faz-se entender, mas parte móvel de uma máquina de escrever na qual se introduz o papel, meu deus? máquina de escrever? escrever o que? palavras? palavras!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Há 4 anos...


Há 4 anos, dia 09/junho, neste horário, eu estava indo para o hospital...


Nossa, 4 anos é tempo, hein? e já se passaram...


Lembro-me que passei antes no mercado pra comprar um filme para a máquina fotográfica, eu tinha que registrar o momento.


De lá para cá muita coisa aconteceu. O que foi de ruim e incômodo, ainda bem, acabei esquecendo. Dores vieram e passaram, dentes nasceram, febres ficaram fortes de madrugada, tombos que deixaram aquelas manchas roxas... Broncas, castigos, discussões... Quem é que disse que a gente não deve falar "não" pra criança? Provavelmente alguém sem filhos...


Tirando isto, o que foi bom nunca vou esquecer. O primeiro passo, a primeira palavra, a primeira vez que segurou o lápis, as viagens, as brincadeiras, as tentativas e erros, as tentativas e acertos, o primeiro "eu te amo", o primeiro "por que?". Tantos momentos que não daria pra escrever aqui.


É impossível descrever o olhar de uma criança pedindo ajuda, agradecendo, desafiando e confiando em você.


É impossível descrever o amor que sinto e que quando penso e escrevo aqui, meus olhos encham de lágrimas...


Parei.


Voltei, só pra terminar e dizer que há 4 anos pude conhecer o que é ser mãe e venho aprendendo a sê-lo, a cada ano, mês, semana, dia... a cada momento.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

PARI

Não, não é o bairro, é pari do verbo parir.
Pois é, depositei minha dissertação hoje, seis exemplares, na secretaria de pós graduação do IA/Unesp... que sensação de alívio.
Pode parecer bobagem, não achei realmente que esse sentimento de alívio, fim de uma etapa, pudesse ser tão forte... Voltei rindo pra casa...
Na verdade, posso dizer que quem sabe do que estou falando, conhece essa sensação, alguns com mais intensidade, outros com menos, mas que conhecem, conhecem...
Alguns podem bancar os durões: "ah, que besteira, Val...", como algumas pessoas duronas me diziam antes do meu primeiro parto importante, o da Helena, óbvio, que amor de mãe é algo culturalmente construído, só tenho uma coisa a dizer: VÁ PARIR.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Nossa Senhora destrancadora de teses

Recebi por email...
Meu computador pifou, entrou vírus, a minha filha ficou com dor de ouvido, febre...
Aahhh
sai pra lá EXU TRANCA TESE!
Você está na reta final da sua tese, dissertação ou monografia? Você sente que existe uma força misteriosa que tira seu ânimo? Faz seu orientador adoecerou sumir do mapa inexplicavelmente? Seu computador quebra ou é roubado com todos os seus dados e análises? Lamento ser o portador dessa má notícia, mas...VOCÊ TEM UM EXU TRANCA TESE NA SUA VIDA!!!
Esta é a corrente da Nossa Senhora Destrancadora de Teses. Você deve evocar esta novena toda vez que for vítima de alguma das artimanhas do "Exu Tranca Tese" ou se quiser apenas proteção contra essa entidade!!! Então, toda vez que sentir necessidade, faça a seguinte oração:
"Nossa Sra. Destrancadora das Teses, em ti confiamos para a proteção contra o Exu Tranca Tese, nos proteja de: Queimação de pen drive; bibliografia em alemão; visita fora dehora; linha no word que não sobe com "del"; fotocopiadora quebrada. Dá-me: encontros como orientador no corredor da Universidade e livro emprestado com data de devolução para 2050. Ah, Senhora, livra-me também das perguntas indiscretas, das dúvidas fora de hora, e das certezas idem.
Ajuda-me a lembrar dos nomes dos autores e da pronúncia deles, assim como do modo como se faz a notação de revistas. Nossa Senhora, livre-me de pensamentos acerca de minha tese durante meu sono. Que eu possa dormir o sono dos justos impunemente, sem que eu tenha que me levantar ou acender a luz para anotar insights invasivos que detonam minha mente quando precisod escansar para mais um dia de batalha! Que tais pensamentos venham na hora certa, quando me sento diante de meu PC e eu não me torne um zumbi.
Ó Senhora, desperta no meu orientador uma enorme vontade de ler minha tese. Que ele a leia com olhos vigilantes, para não deixar passar nenhuma monstruosidade, mas também com olhos piedosos, para me deixar enfrentar a banca. E que a banca, Senhora, me dê os apertos que achar necessários, mas que ao final assine a poderosa ata, redenção final dos meus inúmeros pecados Nossa Senhora, meu orientador insiste em dizer que a minha tese está, entre aspas, uma merda, mas eu sinto que a Senhora vai me dar um luz bem forte elançar, como de um passe de mágica, artigos que abram meu cérebro tão debilitado por tamanha pressão.
Minha Santa querida, já que eu fiz esta escolha na minha vida e me sinto na obrigação de terminar, me dá forças para não matar um! AMÉM!!!!"

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Família monstro com cabelo...

Um dia a mostrei o paintbrush pra Helena e ajudei ela desenhar uns bonequinhos assim, aí a gente chamou de família monstro...
Sim, a gente, não nomeei sozinha, nem fiz os desenhos sozinha...
A última dela foi essa: "mamãe, vamos fazer cabelo neles?"
Aí está, a família monstro com cabelo...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Talvez eu esteja envelhecendo...

Hoje faz 35 anos, 4 meses e 3 dias que saí da barriga de minha mãe no Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo.
Pois hoje, dia 3 de março de 2008, tive minha primeira experiência aterrorizante, uma experiência que zombei, zombei muito dos amigos ao ver passarem por isto. Zombei, escrachei, em bom português: "tirei o maior sarro".
Pois é, o mundo dá voltas, e agora eles vão ler isso e me dizer: "viu, o castigo vem a galope"...
Mas posso dizer que não foi tão inesperado assim, fiquei adepta do chá verde, que combate os radicais livres, aliás, radicais que venho combatendo com unhas, dentes e cremes desde o início do ano. Estas ações já deveriam querer dizer alguma coisa...
Também o fato de estar terminando minha dissertação de Mestrado e dizer que, neste mês, optei por reclusão total. Reclusão? Até parece que minha vida tem sido tão agitada assim...
Talvez eu esteja envelhecendo...
Mas enfim, aconteceu, este dia havia de chegar: meu primeiro fio de cabelo branco!
Fiquei na dúvida em arrancar: será mesmo que se arrancar nascem dois no lugar?
Bom, vou esperar...